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Mostrando postagens de abril, 2021

São formas de amor

Despertar para o problema, levantar a pessoa caída, promover as novas de cada dia e desfazer ilusões vazias: tudo isso são formas de amor. Saber que outres te ajudam quando estiver caindo, e, sabendo-se pequena vida, somar-se à luta coletiva: tudo isso provêm do amor. Não ama quem suplica junto ao deus dos israelistas ou a qualquer divindade ou buda. Ama quem luta e predica que só a luta muda a vida. Dar-se sem esperar do céu, virtudes mágicas, nirvanas e promessas supramundanas ou quaisquer outras moedinhas: são formas de amor. Quem dá de si pela publicidade, ou para fingir-se humilde: essa pessoa não ama. Envenena quem ensina que a verdade vem de cima, pois só nossas mentes sabem. Quem fala da bandeira negra e com as mãos de carne viva não colhe flores, mas as aviva: essa pessoa tem amor. Quem lhe promete para sempre livrar-lhe de viver por si e para si: essa pessoa deseja roubar  de você tudo que tem. Mais ainda quem promete milagre. Mais ainda quem sugere que melhor seria deixa...

Sobre a agamia

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 A algum tempo fiz séries e séries de textos acerca da agamia. Os textos foram removidos e as postagens, apagadas. Os debates que estavam surgindo eram sinceros da minha parte, mas em algum momento notei que a noção de agamia tem alguns problemas e resolvi abandonar a produção de textos sobre esse tema e refletir mais profundamente sobre discussões de não-monogamia antes de continuar a produzir qualquer conteúdo. O referente mais importante de meus estudos tem sido o amor livre tal e qual no anarquismo social. Irei revisitar literaturas diversa e estudos sobre as muitas formas de não-monogamia e críticas feministas e pós-feministas dessa questão. Tentarei compreender as posições marxistas e retomar uma posição anarquista em resposta (pelo menos é o que penso que tentarei fazer, mas posso mudar de ideia conforme estudo a questão e chegar a uma posição que nem conheço). É preciso explicar que com que ideias da agamia tive consonância e quais tive discordância. 1) O projeto tem uma cr...

Páscoa cristã: uma reflexão irreligiosa

Sabemos que não é certeza absoluta que houve um Jesus Nazareno, mas tem grande chance. Sabemos ao certo que os evangelhos não são um relato histórico. Temos ao certo que, na história do mundo, morto algum reviveu, exceto em caso de estimulação cardíaca e semelhants. (Pode ser que casos de catalepsia tenham sido interpretados como ressurreição). O profeta judeu Jesus morreu e ficou morto. O dogma cristão não pode prescindir da ressurreição do tal homem, mas é um mito. Como argumentam os cristãos em defesa desse mito? Pela fé. Deus não daria um relato falho de sua ação mais relevante no mundo. Porém, os próprios livros são cheios de contradições e um evangelho desmente o outro. Es própries comentaristas e estudioses cristãos reconhecem, se honestes, que se trata de uma literatura apologista e confeccionada num meio crente. Feliz páscoa ateísta.