Sempre que surgem críticas à religião pelos muitos problemas sociais, psicológicos e ideológicos causados por esse tipo de doutrinas, alguém vai dizer que o budismo não é assim. As outras religiões sim, o budismo não. Existe uma percepção, especialmente comum no ocidente, de que o budismo é uma forma de pensamento superior às demais religiões e ideologias religiosas/espirituais (1). Oras, muitas vezes nos dirão que o budismo não é uma religião, mas sim uma filosofia de vida, ou algo assim mais elevado que “meras religiões”. Essa é uma percepção problemática, na minha opinião. Existe uma espécie de mistificação do budismo nesse sentido que acredito que precisamos superar para apontar problemas sérios. O budismo não é uma filosofia de vida superior às demais doutrinas religiosas/espirituais e compartilha com elas muitos de seus problemas e limitações. As críticas que se fazem à religião organizada encaixam como uma luva para o budismo também. Esse é meu principal argumento. Aliás, é comp...
Queira estejamos falando de relações românticas/sexuais ou vínculos de todos os tipos, se estamos tentando fazer algo fora das normas relacionais (monogamia, amatonormatividade, heterocisalossexismo, etc.) será importante desenvolver habilidades comunicativas e perder bloqueios com o sentar-se e conversar os detalhes sórdidos da coisa porque, se estamos atuando fora da norma, temos que ter o cuidado de evitar assumir as coisas que se reproduz sem pensar nas situações normativas. Estamos em território de "artesania relacional", havendo a necessidade patente de deixar explícitas as nossas expectativas, limites e modos de levar as coisas, buscando negociar diferenças e compreendendo de antemão o que não queremos. (1) Quando temos uma situação de indicar indiretamente, com pistas ou frases soltas, algo que sentimos ou uma necessidade que temos, pode parecer injusto que a outra pessoa não "capte" a mensagem e nos obrigue a explicar nossa emoção ou necessidade, mas isso v...
Esse termo foi cunhado pela autora feminista Elisabeth Schüssler Fiorenza em 1992 em seu livro "But She Said: Feminist Practices of Biblical Interpretation". Surgido no seio de uma leitura feminista e crítica da teologia cristã, o termo ganhou vida na caneta e nos teclados de outres pensadorus ao longo dos anos seguintes, sendo incorporado à uma sociologia anarquista. Isso aconteceu porque o anarquismo já tinha o conceito de quiriarquia funcionando dentro dos seus textos e interpretações de mundo, só não tendo uma expressão efetiva unificada para descrever todos os fenômenos que essa palavra contém sozinha. Então vamos à definição mais tradicional: quiriarquia (no original em inglês, kiriarchy ) vem para descrever uma instância superior ao patriacado no que tange os sistemas de privilégio, isto é, não descrevendo apenas o domínio do pai sobre a família e do homem sobre a sociedade, mas sistemas de hierarquia em geral que também atuam em conjunto com o machis...
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