Amor do mundo

 Você diz que não há amor

porque não me ama, 

porque beija essas bocas

que não beijam

essas mãos que não pegam

que são carro, Estados Unidos,

que são esperança sem vícios.

Você não ama gente, 

você não quer gente,

quer promessas para um medo

que jamais será suprido.

Eu sou mundo e humanidade,

eu tenho braços e bocas do mundo

e falo do mundo. Você vê palavras

onde deveria haver substâncias.

O boi se pega pelo chifre,

as pessoas pelas palavras.

E assim se volta o olhar delas

aonde se quer.

Mas essas coisas não são nada.

E assim você morrerá sem saber

que eu era todo o riso para ser rido

e um dia de cada vez, sem reverência.

Se a preguiça é tudo, não se ama,

não se sente o sabor da vida, 

porque pressa é preguiça,

é estar noutro mundo sem falar

com quem lhe fala.

Melhor fazer todas as suas apostas

que guardar todas suas fichas;

com o fim do jogo, vão para o banco.

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