Fragmentos irreligiosos 2

 A religião cristã é uma piada: um deus maluco que criou um universo fodido onde dá chilique se as pessoas fizerem e pensarem coisas que são parte da sua própria natureza. Não se esqueça que ele criou as pessoas assim, ambíguas, para depois as punir por cometer erros embutidos em seu próprio genoma. Deus seria capaz de criar seres que têm uma intuição perfeita da sua lei se fosse mesmo onipotente.

Esse deus narciso deseja que humanes sejam exemplos de moral: não matem, não mintam, não enganem, não cobicem etc., porém ele mesmo chacina populações, ensina a escravidão e a destruição de pagãos, pede às filhas para se deitar com o pai, exalta um homem que deixa suas filhas ser estupradas, cria leis que obrigam uma mulher estuprada a casar com o estuprador se ele for solteiro, ou ser apedrejada caso tenha não gritado alto o suficiente, mente ("confunde os sábios")... enfim.

E vem Jesus: a lógica é que ele seria o último sacrifício para limpar os pecados da humanidade. Antes, povos judeus sacrificaram cordeiros e animais. Agora, deus manda seu filho supostamente. Uma coleção de livros auto-contraditórios e cujos fatos não se atesta em nenhum relato além deles mesmos tenta imprimir essa mensagem supostamente amorosa. Jesus, na prática, segundo os evangelhos é um místico que ensina o povo a ser passivo e não revidar nada, sendo submisso a qualquer agressão. Perfeita ideologia para governos altamenta exploradores. Ele ensina bastante sobre inferno também. Jesus inaugura o inferno na bíblia. Poderia ser chamado de "profeta do inferno": em nenhum livro bíblico anterior se fala tanto em punição. E isso combina com o misticismo e a inofensividade anterior, pois se você não se levantar contra injustiças certamente deve acreditar que deus vai dar conta delas depois da morte.

É uma piada porque deus cria um problema, um deus nada benevolente, e manda supostamente seu filho para nos salvar de suas próprias cagadas, o que, se fosse onipotente, poderia mudar por um simples ato de vontade. Poderia cancelar a punição ou mudar a lei. Se fosse onisciente, não mandaria seu filho fazer isso porque só deu merda o cristianismo na história: chacinas de pagãos, queima de "bruxas", guerras religiosas. As próprias pessoas cristãs mataram outros cristãos que interpretavam de outra forma. Ainda hoje, vivem tentando justificar guerras e conflitos sociais, impedir a ciência de avançar e promovem discurso de ódio racial, sexual, de gênero...

Resumindo: se a bíblia fosse verdade, eu não seguiria esse deus, pois é muito contraditório. A libertação de perceber que isso é um monte de bobagem e poder viver uma vida normal sem ficar pensando em condenação e inferno (a ideologia de Jesus) é ótima. E não somos punidos por isso, amigos. Libertem-se. 

Que o cristianismo se torne mitologia logo, como aconteceu com grandes religiões do passado.

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