A ideia tradicional de paraíso não faz sentido
Pensando nas representações do paraíso no cristianismo, parece que a maior parte seria adoração eterna a deus. Estamos falando de trilhões de trilhões de anos e mais gastos em adoração a esta entidade. Vocês devem ter ido a uma missa ou a um culto. Imagine que seja para todo o sempre. Quando criança, essa ideia foi importante para me tornar ateu, pois eu odiava cultos religiosos. Eles não são feitos para crianças, eu acho. Voltando ao ponto...
Tal como a nossa mente é agora, uma eternidade de qualquer coisa seria entediante e até infernal. Este paraíso se tornaria um inferno. Alguém pode argumentar que a presença de deus é extática e que tornaria a adoração eterna uma espécie de bem-aventurança, mas esse argumento não salva de forma alguma a ideia de paraíso. Em vez disso, mina uma das características atribuídas a deus: o ser maximamente bom.
Há duas opções aqui: ou deus distorceria a mente das pessoas para que elas se sentissem bem adorando-o, recebendo algum tipo de descarga de felicidade como recompensa, ou as pessoas teriam sido feitas de uma forma que a adoração fosse feliz devido à natureza de nossas mentes. Ambas as opções retratam esse ser maximamente bom tendo decidido criar pessoas para adorá-lo para sempre. É contraditório com a máxima dignidade possível (este deus requer adoração constante e isso diminui a sua posição acima dos mesquinhos conceitos humanos) e sabedoria (de todas as possibilidades, a decisão de criar tal estado de coisas sugere uma mentalidade extremamente infantil).
Este argumento não ataca ideias atípicas de céu ou recompensa divina, mas elas são bastante marginais na maioria das seitas cristãs. Todas essas ideias que conheço também podem ser criticadas com bons argumentos. O céu, como ideia, é uma criação humana, tanto quanto esperaríamos se o naturalismo fosse verdadeiro e as religiões fossem a criação mítica de humanos primitivos e bárbaros da idade do bronze tentando dar sentido à moralidade e à morte.
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